Invocação a Hércules, Elohim
(Ensinamento da Fraternidade
dos Guardiães da Chama)
1. Ó Hércules, ó Elohim
EU SOU um filho do amor
Vem selar todo o meu ser
Com o teu divino poder.
Refrão:
Como um raio de luz azul
Radiante poder de Deus
Sê Senhor do meu destino
Á tua luz e amor me inclino.
Purifica e guarda meu ser
Com tua graça onividente.
Conferindo o teu poder,
O teu fervor imanente.
Vem fazer a Vontade de Deus
Dá-me graça para cumprir
Todo o plano do Filho dos Céus,
À tua luz quero me unir.
2. Ó Hércules, teu resplendor
Abre caminho com amor.
Em cristal vem nos selar
Fracasso e teimosia eliminar.
3. Ó Hércules tua força invoco
Para a vitória alcançar;
Que Deus triunfe em mim.
Vem com teu cetro libertar.
4. Ó Hércules abençoado,
Com teu sol quero ser coroado
Pousa em mim a tua mão
Eleva-me agora à perfeição.
Fim.
Genealogia dos Deuses na Mitologia
Grega
No Princípio era o Caos. No espaço infinito a Força Primordial – a mente
de Deus – pulsava em constante vibração, envolvendo toda a Natureza. Os
elementos, brutos, matéria ainda em definição, misturavam-se num colossal e
desordenado turbilhonamento.
Impulsionados pela Lei Cósmica de “atração e repulsa” foram os elementos
pouco a pouco aglutinando-se em diferentes e variados grupos, num processo de
constante ordenamento. Do Caos formou-se a Terra e dele, sozinho, foram
gerados, primeiro Nix, a noite, e depois Érebo, seu irmão e esposo. Dessa união
nasceu “a luz brilhante”: Éter e Hemera (o Dia), “pai e mãe do Céu”. (O Dia era
feminino). Das trevas nasceu a luz. Primeira manifestação do aspecto dualista,
muito presente em toda a Mitologia Grega: trevas/luz, noite/dia, Céu/Terra,
etc.
O Céu (Urano) jogou seu sêmem na Terra (Geia) gerando os Gigantes, os
Ciclopes, os Hecatoquinos (horrendos gigantes com cinquenta cabeças e com cem
braços), e os Titãs. Descontente com tais filhos, Urano (vibrações celestes),
considerando-os criaturas horrendas, seres monstruosos, cheios de vícios e de
defeitos (densas energias terrenas), determina que os Titãs sejam confinados em
escuras cavernas situadas nas profundezas da Terra, para que de lá, numa saiam.
Os Ciclopes, os Gigantes e os Hecatoquinos, manda, Urano, que sejam jogados nos
confins abismais do Tártaro (hedionda região existente muito além das
profundezas infernais).
Crono, o Tempo (caçula dos Titãs), instigado pela mãe, (Geia) e com sua
ajuda, usando uma pedra que esta lhe dera, aproveitando um instante de sono do
pai, corta-lhe os testículos que são jogados ao mar. Do sangue ali derramado,
formam-se as espumas (o simbolismo da perda do poder) - a castração – e o da
abundância marinha – as espumas do mar). Crono assume o Poder, liberta os
demais Titãs, seus irmãos (seres poderosíssimos que se tornaram donos absolutos
da Terra). Liberta também os Gigantes e os Ciclopes (estes últimos novamente
aprisionados, desta vez, pelo próprio Crono). Casa-se com a irmã, a titânida
Reia e tem com ela cinco filhos: Héstia, Deméter, Hades, Posseidon e Hera. À
medida que os filhos iam nascendo Crono os engolia, temeroso de que algum
deles, em futuro longínquo, pretendesse usurpar-lhe o poder. Outra variante do
Mito - um mito tem, sempre, muitas variantes - diz que ele assim procedia para
não ter que passar o poder aos filhos, pois prometera aos Titãs, seus irmãos,
devolver-lhes os domínios da Terra, quando estes lhe fossem solicitados.
Reia esperava um novo filho. Para evitar que fosse este também engolido
pelo pai, ao pressentir a proximidade do parto, foge para uma caverna na ilha
de Creta, e tem lá, um filho: Zeus. (Outra variante mitológica diz terem
nascido ali, os gêmeos Zeus e Hera). Reia deixa o filho na ilha para ser criado
pela ninfa Almateia com a ajuda dos Curetes. Enrola uma pedra numa toalha de
linho e a entrega a Crono como se fosse o filho recém-nascido. E Crono engole a
pedra pensando ser o filho.
Cresce Zeus nas distantes regiões onde nascera. Adulto, disfarça-se de
copeiro e com a ajuda de Métis, a deusa da Prudência, prepara um chá e dá a
Crono para tomar. Ao beber aquele chá é Crono acometido de forte mal-estar,
vomita a pedra e todos os filhos engolidos.
Salvos os irmãos, tenta Zeus assumir o poder tomado de Crono. Tem,
entretanto, de enfrentar os poderosos Titãs, seus tios, que se sentem os
herdeiros desse poder e apoiados pelos Gigantes tentam retomar o domínio da terra.
Eclode, então, a mais espetacular guerra de proporções inimagináveis para
nossas limitações humanas, com gigantes empilhando montanhas sobre montanhas
para escalar o céu e depor Zeus, ou atirando montanhas contra os deuses,
montanhas que, ao caírem no mar formaram as ilhas. Guerra dos deuses, (uma nova
ordem, a geração divina) liderados por Zeus, contra os Titãs, que representam
as forças brutas da terra e, por conseguinte, os desejos terrenos em atitude de
revolta contra o espírito, isto é, contra Zeus.
Durante dez anos enfrentou, Zeus, os Titãs, estes com o apoio dos
Gigantes que, além de serem fortíssimos “eram protegidos por muitos artifícios
mágicos e somente seriam mortos quando atacados simultaneamente, por um deus e
um mortal”. Pediram os deuses ajuda a Hércules (ainda mortal). Enquanto um deus
feria um gigante, Hércules com suas possantes setas, o matava.
Teve, ainda, Zeus, de vencer sozinho o poderosíssimo gigante Tifon,
filho de Geia, a Terra, e de Tártaro, o Inferno. Gerado para vingar os irmãos
gigantes, Tifon “era tão alto que em pé, sua cabeça batia nas estrelas e quando
abria os braços alcançava o Oriente e o Ocidente. Era um ser alado e seus olhos
lançavam línguas de fogo”. O corpo era coberto de serpentes e “em lugar de
dedos possuía cem cabeças de dragões”. Após espetaculares encontros dos dois
poderosos contendores, com fugas, ciladas e lutas corporais, Tifon fugiu para a
Cecília, mas Zeus o esmagou arremessando sobre ele o Monte Étna, que até hoje
vomita suas chamas, marcando lá embaixo a presença do monstro. Essas chamas
originam-se dos raios com que o novo soberano do Olimpo, o abatera”. Enfrentou,
ainda, Zeus, os gigantes chefiados por Alcioneu e Porfirão, num combate em que
Hércules teve grande participação.
Vencidos os Titãs, mortos os Gigantes, assume Zeus o absoluto poder de
“Deus dos Deuses”. Dá a Posseidon (seu irmão) o domínio dos Oceanos e Mares; ao
outro irmão Hades, entrega os domínios dos Infernos. Instala-se no Olimpo,
casa-se com a irmã, a deusa Hera, e estende seu poder absoluto sobre toda a
Terra.
Quanto aos Titãs, foram aprisionados nas tenebrosas regiões do Tártaro,
onde até hoje estão presos, eternamente, em rodas de fogo, mas sob ameaça de um
dia libertarem-se e expulsando os deuses da Terra retomarem o seu absoluto
domínio. Os Titãs, “juntamente com os Ciclopes, os Gigantes, os Hecatoquinos,
representam as manifestações elementares, as forças selvagens em submissão à
natureza nascente prefigurando a primeira etapa de gestação evolutiva.
Ambiciosos, revoltados e indomáveis, adversários tenazes do espírito
consciente, patenteado em Zeus, não simbolizam apenas as forças brutas da
natureza, mas, lutando contra o espírito, exprimem a oposição à
espiritualização humanizante. Sua meta é a dominação e o despotismo”.
Para o poeta grego Hesíodo, ”Zeus simboliza o término de um ciclo de
trevas e o início de uma era de luz. Partindo do Caos, da desordem primordial
para a justiça cifrada em Zeus, o poeta sonha com um mundo novo, onde haveriam
de reinar a disciplina, a justiça e a paz”. (Hesíodo viveu no oitavo século
antes de Cristo...)
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