quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Invocação a Hércules, Elohim
(Ensinamento da Fraternidade
dos Guardiães da Chama)

1. Ó Hércules, ó Elohim
EU SOU um filho do amor
Vem selar todo o meu ser
Com o teu divino poder.

Refrão:
Como um raio de luz azul
Radiante poder de Deus
Sê Senhor do meu destino
Á tua luz e amor me inclino.
Purifica e guarda meu ser
Com tua graça onividente.
Conferindo o teu poder,
O teu fervor imanente.
Vem fazer a Vontade de Deus
Dá-me graça para cumprir
Todo o plano do Filho dos Céus,
À tua luz quero me unir.

2. Ó Hércules, teu resplendor
Abre caminho com amor.
Em cristal vem nos selar
Fracasso e teimosia eliminar.

3. Ó Hércules tua força invoco
Para a vitória alcançar;
Que Deus triunfe em mim.
Vem com teu cetro libertar.

4. Ó Hércules abençoado,
Com teu sol quero ser coroado
Pousa em mim a tua mão
Eleva-me agora à perfeição.

Fim.


Genealogia dos Deuses na Mitologia Grega

No Princípio era o Caos. No espaço infinito a Força Primordial – a mente de Deus – pulsava em constante vibração, envolvendo toda a Natureza. Os elementos, brutos, matéria ainda em definição, misturavam-se num colossal e desordenado turbilhonamento.

Impulsionados pela Lei Cósmica de “atração e repulsa” foram os elementos pouco a pouco aglutinando-se em diferentes e variados grupos, num processo de constante ordenamento. Do Caos formou-se a Terra e dele, sozinho, foram gerados, primeiro Nix, a noite, e depois Érebo, seu irmão e esposo. Dessa união nasceu “a luz brilhante”: Éter e Hemera (o Dia), “pai e mãe do Céu”. (O Dia era feminino). Das trevas nasceu a luz. Primeira manifestação do aspecto dualista, muito presente em toda a Mitologia Grega: trevas/luz, noite/dia, Céu/Terra, etc.

O Céu (Urano) jogou seu sêmem na Terra (Geia) gerando os Gigantes, os Ciclopes, os Hecatoquinos (horrendos gigantes com cinquenta cabeças e com cem braços), e os Titãs. Descontente com tais filhos, Urano (vibrações celestes), considerando-os criaturas horrendas, seres monstruosos, cheios de vícios e de defeitos (densas energias terrenas), determina que os Titãs sejam confinados em escuras cavernas situadas nas profundezas da Terra, para que de lá, numa saiam. Os Ciclopes, os Gigantes e os Hecatoquinos, manda, Urano, que sejam jogados nos confins abismais do Tártaro (hedionda região existente muito além das profundezas infernais).

Crono, o Tempo (caçula dos Titãs), instigado pela mãe, (Geia) e com sua ajuda, usando uma pedra que esta lhe dera, aproveitando um instante de sono do pai, corta-lhe os testículos que são jogados ao mar. Do sangue ali derramado, formam-se as espumas (o simbolismo da perda do poder) - a castração – e o da abundância marinha – as espumas do mar). Crono assume o Poder, liberta os demais Titãs, seus irmãos (seres poderosíssimos que se tornaram donos absolutos da Terra). Liberta também os Gigantes e os Ciclopes (estes últimos novamente aprisionados, desta vez, pelo próprio Crono). Casa-se com a irmã, a titânida Reia e tem com ela cinco filhos: Héstia, Deméter, Hades, Posseidon e Hera. À medida que os filhos iam nascendo Crono os engolia, temeroso de que algum deles, em futuro longínquo, pretendesse usurpar-lhe o poder. Outra variante do Mito - um mito tem, sempre, muitas variantes - diz que ele assim procedia para não ter que passar o poder aos filhos, pois prometera aos Titãs, seus irmãos, devolver-lhes os domínios da Terra, quando estes lhe fossem solicitados.

Reia esperava um novo filho. Para evitar que fosse este também engolido pelo pai, ao pressentir a proximidade do parto, foge para uma caverna na ilha de Creta, e tem lá, um filho: Zeus. (Outra variante mitológica diz terem nascido ali, os gêmeos Zeus e Hera). Reia deixa o filho na ilha para ser criado pela ninfa Almateia com a ajuda dos Curetes. Enrola uma pedra numa toalha de linho e a entrega a Crono como se fosse o filho recém-nascido. E Crono engole a pedra pensando ser o filho.

Cresce Zeus nas distantes regiões onde nascera. Adulto, disfarça-se de copeiro e com a ajuda de Métis, a deusa da Prudência, prepara um chá e dá a Crono para tomar. Ao beber aquele chá é Crono acometido de forte mal-estar, vomita a pedra e todos os filhos engolidos.

Salvos os irmãos, tenta Zeus assumir o poder tomado de Crono. Tem, entretanto, de enfrentar os poderosos Titãs, seus tios, que se sentem os herdeiros desse poder e apoiados pelos Gigantes tentam retomar o domínio da terra. Eclode, então, a mais espetacular guerra de proporções inimagináveis para nossas limitações humanas, com gigantes empilhando montanhas sobre montanhas para escalar o céu e depor Zeus, ou atirando montanhas contra os deuses, montanhas que, ao caírem no mar formaram as ilhas. Guerra dos deuses, (uma nova ordem, a geração divina) liderados por Zeus, contra os Titãs, que representam as forças brutas da terra e, por conseguinte, os desejos terrenos em atitude de revolta contra o espírito, isto é, contra Zeus.

Durante dez anos enfrentou, Zeus, os Titãs, estes com o apoio dos Gigantes que, além de serem fortíssimos “eram protegidos por muitos artifícios mágicos e somente seriam mortos quando atacados simultaneamente, por um deus e um mortal”. Pediram os deuses ajuda a Hércules (ainda mortal). Enquanto um deus feria um gigante, Hércules com suas possantes setas, o matava.

Teve, ainda, Zeus, de vencer sozinho o poderosíssimo gigante Tifon, filho de Geia, a Terra, e de Tártaro, o Inferno. Gerado para vingar os irmãos gigantes, Tifon “era tão alto que em pé, sua cabeça batia nas estrelas e quando abria os braços alcançava o Oriente e o Ocidente. Era um ser alado e seus olhos lançavam línguas de fogo”. O corpo era coberto de serpentes e “em lugar de dedos possuía cem cabeças de dragões”. Após espetaculares encontros dos dois poderosos contendores, com fugas, ciladas e lutas corporais, Tifon fugiu para a Cecília, mas Zeus o esmagou arremessando sobre ele o Monte Étna, que até hoje vomita suas chamas, marcando lá embaixo a presença do monstro. Essas chamas originam-se dos raios com que o novo soberano do Olimpo, o abatera”. Enfrentou, ainda, Zeus, os gigantes chefiados por Alcioneu e Porfirão, num combate em que Hércules teve grande participação.

Vencidos os Titãs, mortos os Gigantes, assume Zeus o absoluto poder de “Deus dos Deuses”. Dá a Posseidon (seu irmão) o domínio dos Oceanos e Mares; ao outro irmão Hades, entrega os domínios dos Infernos. Instala-se no Olimpo, casa-se com a irmã, a deusa Hera, e estende seu poder absoluto sobre toda a Terra.

Quanto aos Titãs, foram aprisionados nas tenebrosas regiões do Tártaro, onde até hoje estão presos, eternamente, em rodas de fogo, mas sob ameaça de um dia libertarem-se e expulsando os deuses da Terra retomarem o seu absoluto domínio. Os Titãs, “juntamente com os Ciclopes, os Gigantes, os Hecatoquinos, representam as manifestações elementares, as forças selvagens em submissão à natureza nascente prefigurando a primeira etapa de gestação evolutiva. Ambiciosos, revoltados e indomáveis, adversários tenazes do espírito consciente, patenteado em Zeus, não simbolizam apenas as forças brutas da natureza, mas, lutando contra o espírito, exprimem a oposição à espiritualização humanizante. Sua meta é a dominação e o despotismo”.

Para o poeta grego Hesíodo, ”Zeus simboliza o término de um ciclo de trevas e o início de uma era de luz. Partindo do Caos, da desordem primordial para a justiça cifrada em Zeus, o poeta sonha com um mundo novo, onde haveriam de reinar a disciplina, a justiça e a paz”. (Hesíodo viveu no oitavo século antes de Cristo...)


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