quinta-feira, 14 de novembro de 2013

quarta-feira, 13 de novembro de 2013



OS 12 TRABALHOS
DE HÉRCULES

O Caminho do Ser Humano

Simbolismos - Ensinamentos - Autoconhecimento



ÍNDICE

DEDICO ESTE LIVRO ................................................................................................................5
AGRADEÇO .................................................................................................................................6
P R Ó L O G O: MITO E ESPERANÇA ......................................................................................7
P R E F Á C I O ........................................................................................................................... .8
INTRODUÇÃO ..............................................................................................................................10

FANTÁSTICA VIAGEM ...............................................................................................................17
SIMBOLISMOS E ENSINAMENTOS..........................................................................................23

O NASCIMENTO DE HÉRCULES .............................................................................................31
SIMBOLISMOS E ENSINAMENTOS..........................................................................................33

A DUALIDADE ZEUS/HERA ......................................................................................................38
SIMBOLISMOS E ENSINAMENTOS..........................................................................................39

A LOUCURA DE HÉRCULES ....................................................................................................42
SIMBOLISMOS E ENSINAMENTOS..........................................................................................44
SIMBOLISMOS E ENSINAMENTOS..........................................................................................46

NO TEMPLO DE DELFOS ..........................................................................................................48
SIMBOLISMOS E ENSINAMENTOS...........................................................................................50

1º TRABALHO
O LEÃO DA NEMEIA ....................................................................................................................56
SIMBOLISMOS E ENSINAMENTOS...........................................................................................61

2º TRABALHO
A HIDRA DE LERNA ....................................................................................................................69
SIMBOLISMOS E ENSINAMENTOS..........................................................................................73

3º TRABALHO
A CORÇA DOS CASCOS DE
BRONZE E CHIFRES DE OURO ..............................................................................................84
SIMBOLISMOS E ENSINAMENTOS.........................................................................................89

4° TRABALHO
O JAVALI DA MONTANHA
DO ERIMANTO ............................................................................................................................95
SIMBOLISMOS E ENSINAMENTOS.........................................................................................101

5º TRABALHO
AS AVES DO LAGO ESTÍNFALO ............................................................................................108
SIMBOLISMOS E ENSINAMENTOS.........................................................................................116

6º TRABALHO
OS ESTÁBULOS DO REI ÁUGIAS ...........................................................................................124
SIMBOLISMOS E ENSINAMENTOS .........................................................................................132

7º TRABALHO
O TOURO DE CRETA .................................................................................................................141
SIMBOLISMOS E ENSINAMENTOS..........................................................................................145
A LENDA DO MINOTAURO ........................................................................................................152

8º TRABALHO
AS ÉGUAS DE DIOMEDES .......................................................................................................157
SIMBOLISMOS E ENSINAMENTOS..........................................................................................161

9º TRABALHO
O CINTURÃO DA RAINHA
DAS AMAZONAS .........................................................................................................................172
SIMBOLISMOS E ENSINAMENTOS...........................................................................................183

10º TRABALHO
BUSCAR O CÃO CÉRBERO,O GUARDIÃO DO INFERNO(1ª PARTE) ...............................191
SIMBOLISMOS E ENSINAMENTOS...........................................................................................193
OS MISTÉRIOS DE ELÊUSIS .....................................................................................................195
BUSCAR O CÃO CÉRBERO,O GUARDIÃO DO INFERNO (2ª PARTE) ..............................200
SIMBOLISMOS E ENSINAMENTOS...........................................................................................207

11º TRABALHO
OS BOIS VERMELHOS DE GERIÃO ........................................................................................215
SIMBOLISMOS E ENSINAMENTOS..........................................................................................227

12º TRABALHO
AS MAÇÃS DE OURO DO JARDIM DAS HESPÉRIDES .....................................................236
ASCENSÃO AO OLIMPO ...........................................................................................................245

INVOCAÇÃO A HÉRCULES, ELOHIM .....................................................................................249

GENEALOGIA DOS DEUSES NA MITOLOGIA GREGA .......................................................251

DENOMINAÇÃO DOS DEUSES NA MITOLOGIA GRECO-ROMANA ................................255

GLOSSÁRIO .................................................................................................................................256

DEDICO ESTE LIVRO
A Hilda, esposa e companheira durante quase trinta anos, ser humano dotado de grande sensibilidade, com todo o meu afeto e saudade.
Aos meus filhos Eduardo, Júlia Maria, Patrícia Maria, Ricardo André e Esdras Tosta Filho, a eles agradecido. A necessidade de mantê-los preservou-me de um maior engajamento político-ideológico na resistência ao recente regime militar, que, talvez, me tivesse conduzido a uma morte precoce, ou o que seria pior, gerado carmas que necessitassem de várias encarnações para o resgate. Dedico, ainda, este livro à minha neta Eduarda e aos meus netos Gabriel, Gustavo e Leonardo, pela ordem de chegada. E mais recentemente, ao meu novo neto Pedro Augusto. E a quem mais vier...

AGRADEÇO
A Vânia Brito pela digitação do texto deste livro; a Lamartine Augusto, Vânia Queirós e Neila Nascimento, respectivamente pela revisão, diagramação e paginação. Sou agradecido, também, a Margarida Sinclair Moreira de Carvalho e às suas filhas Tarsila Carvalho de Jesus, Agnes Carvalho de Jesus e Gabriela Carvalho de Jesus pelo empenho demonstrado na elaboração desta edição digital do livro, e a todos os que por quaisquer meios, ajudaram-me na realização destes meus “12 Trabalhos”.


PRÓLOGO: MITO E ESPERANÇA



“O homem é o inacabado (...) e por isso faz poemas.”  Octávio Paz

O homem, este mistério.... Um ser ainda futuro, apenas um desejo, uma vontade, devir. E assim - ou por isso mesmo – fala, cria, recria suas hi(e)stórias, seus poemas, única forma de dizer daquilo que é e daquilo que lhe excede, ultrapassa: flecha em direção ao coração do alvo: dEUs.

O Mito é isto: um modo do homem - Narciso! – vê a face de si mesmo, ser do por-vir, plenitude.
(h)omenização

“A poesia é o entrar no ser”. Octávio Paz
“É minha criação isto que vejo”. Octávio Paz

e continuar a fazer este movimento contemplando a si mesmo no Caminho, kairós, esta culminância do homem no infinito do tempo: última esperança.

O Mito é assim, como que nos devolve um rosto futuro, aquilo que precisamos fazer existir, finalizando na conclusão da sua gesta onde tudo ainda é lástima, lágrimas, dor... Dionísio, vinho novo, um deus bailarina, menina/menino e flor...

“Os 12 Trabalhos de Hércules”, de Esdras, nos reporta a estas pulsações, municia a viagem, diz do que precisamos recordar: lembrar com as fibras íntimas do coração.
Hércules é guia, paradigma, senso de realidade, possibilidades... O texto testemunha, valoriza o caminhar.

SAJA

(Professor de Filosofia da Universidade Federal da Bahia. Mestre em Artes Visuais. Doutor em Letras e Lingüística.)  
PREFÁCIO

Numa determinada época de sua evolução, o Espírito Humano é despertado e conduzido por um ideal maior que o leva à procura de novo caminho a seguir. É um impulso determinante, surgido como um renascer, aflorando como certeza e, firmando-se num coração amoroso como um ideal de vida que se instala num momento, aparentemente inesperado, reformulando toda uma existência para preenchê-la de força, coragem, justiça e forte decisão. Espírito, mente e corpo sincronizam-se, entre comportamentos de padrões diversos, resultando daí numa nova capacidade de reorganização interior. É, exatamente, o ponto em que as indecisões do livre-arbítrio se dissolvem como brumas numa noite escura. O homem “persona” refreia seus impulsos e o homem global, causal, superior, passa a dirigir sua carruagem. Os cavalos já não se impõem na direção, o auriga é firme condutor, sabe para onde quer ir e como ir. Não importam as dificuldades que possam surgir. Se há paradas, retardos ou comprometimentos inesperados, o caminho foi escolha sua e vai trilhá-lo. O poder é sua vontade e a cooperação seu instrumento de campanha. Seguir é sinônimo de alcançar. O alcance torna-se um dever a cumprir.

Os obstáculos são torres cujos faróis iluminam, não só o caminho pedregoso como também, a alma aflita e ansiosa por seguir. Neste caminho o homem desperto é um peregrino, um eremita ciente de que há um ponto a alcançar, um centro a chegar: chame-se Wahalla, Olimpo, Casa de Deus, Jerusalém Celeste ou Shamballa, jamais deixará o desânimo dominá-lo. Ele tem uma certeza: chegará ao centro, onde habita o Poder Universal, pois seu reflexo ele o descobriu através de sinais e símbolos, fulgura em seu próprio interior, em seu Coração Espiritual.

Ele o sabe. A caminhada ensina. À proporção que se torna um guerreiro do destemor, descobre-se como Discípulo do Rei, cujo reino haverá de acolhê-lo como filho.
Tendo descoberto a qualidade básica, essencialmente positiva - a Bondade Humana - ele aprende que se luta para viver, se vive para vencer, se vence para servir e serve-se para crescer como um todo, como uma Humanidade rumo à Fraternidade Universal.

Este é o Caminho traçado por Esdras no seu livro “Os 12 Trabalhos de Hércules O Caminho do Ser Humano.” Certamente conseguirá despertar o leitor, através da saga do maior guerreiro, do mito do Discípulo, conduzindo-o à grande aspiração, que é a Liberdade Interior. Descortinando a persistência e a força do herói grego, Esdras o apresenta através de seus 12 trabalhos, como o maior exemplo de firmeza de caráter. Através de linguagem cativante, ora mística, ora mítica e simbólica, enriquecida de profundo ardor espiritual, o livro é um convite incessante a embarcarmos na Nau Cósmica da ideação rumo à Evolução Humana.

Parabéns, Esdras. Parabéns leitor. Vamos juntos, sem parar, rumo ao infinito.
Sória Lima dos Santos

(Professora, conferencista, pesquisadora das Ciências Ocultas e estudiosa das obras de Helena Petrovina Blavatsky) 
INTRODUÇÃO
(Da edição impressa, com revisão)

“Como quer que os
homens se aproximem de Mim,
mesmo assim eu lhes dou as boas
vindas, pois todas as veredas
tomadas pelos homens são
Minhas.”

(Bagavad-Gita, IV, II)
Tadução de A. Besant

Este livro embora utilize Hércules, o maior herói grego, como seu principal personagem, não é, propriamente, um livro sobre Mitologia Grega. Ele usa a Grécia Antiga como cenário e a Mitologia Grega como roteiro para levar aos seus leitores preciosos e úteis ensinamentos sobre o caminhar na senda do esoterismo. É um livro místico e de busca do autoconhecimento. Fala de coisas espirituais e esotéricas consideradas misteriosas porque a humanidade ainda não chegou a um estágio de percepção que lhe permita entendê-las em toda a sua plenitude. Pretende, este livro, mostrar o Caminho àqueles que, se ainda não o encontraram, buscam ensinamentos que os levem à iluminação espiritual através da senda mística da fé. Os Caminhos são vários. Todos eles levam à casa do Pai. Mas o Portal de entrada é um só. É o ponto no centro do sublime Mandala (1) de onde partem e para onde convergem todos os raios. O Caminho da Fé liberta o viajante da pesada carga da inquisição racional que muito limita e faz retroagir o buscador, numa procura onde somente a intuição é capaz de levá-lo pela mão, ao portal do Sagrado Templo.

Este livro é como um Mandala. De seu centro partem raios em todas as direções.
 Aborda ensinamentos de várias e Antigas Escolas de Mistérios, de tradicionais religiões; faz constantes referências a textos bíblicos e passa, até, por ditos populares, uma espécie de religião praticada pela sábia intuição nascida das experiências do ser humano na Terra.

É um livro de busca do autoconhecimento, porque à medida que o leitor acompanha, no mito, os trabalhos de Hércules e vai buscar nos ensinamentos dos simbolismos as lições para sua aplicação no seu dia a dia, está exercitando a máxima do Oráculo de Delfos:”Homem, conhece-te a ti mesmo”. Conhecendo-se a si mesmo, saberá o ser humano como encontrar a solução para os problemas que afetam o seu cotidiano.

Os caminhos da busca do autoconhecimento e os do misticismo juntam-se, encontram-se neste livro. São eles, verdadeiramente, um só, a conduzir o ser humano à autorrealização, uma etapa na busca da evolução espiritual. E esta caminhada o leitor vai fazer na companhia de Hércules, o maior herói da humanidade, em todos os tempos, numa viagem atemporal no mundo dos deuses da Grécia Antiga.

A religião grega naquela época - muitas vezes confundida com mitologia – era, na verdade, a relação dos gregos de então com o divino, religiosa, portanto. É, hoje, o registro (transformado em lendas e fábulas pelo apoteótico de sua narração através dos tempos) dos hábitos e costumes de um povo que deixou - resistindo aos milênios - a marca da sua grandiosidade histórica, da sua inteligência e capacidade criativas que alimentam a admiração e o respeito de nossa contemporaneidade. 
Confundir com lendas e fábulas a história religiosa dos gregos antigos é tentar apagar tudo o que deles aprendemos e admiramos. Os mitos gregos são lendas e fábulas contadas através dos milênios, com inúmeras variantes cada um, a depender da criatividade e das fantasias dos narradores e escritores que os passaram.
Mas os deuses gregos que geraram os mitos são tão reais quanto os nossos deuses, porque são eternos, imortais, intemporais. São eles as mesmas energias que existiram há milênios, existem hoje e sempre existirão – porque eternos – e que acompanham com grande interesse e sublime amor a evolução do ser humano na Terra. São energias crísticas que desceram à Terra nos primórdios das primeiras raças humanas para ajudar a humanidade na sua incipiente e insipiente caminhada, que as mais tradicionais religiões - e correntes de pensamento - através dos tempos, vêm cultuando como deuses, santos e guias espirituais.

Muitos desses personagens que fizeram os mitos como admirados heróis - porque se portavam sempre na defesa da verdade e da justiça - foram seres humanos como nós que, fortalecidos na fé crística, exercitando poderosa força de vontade, realizando amorosos serviços de solidariedade humana, tornaram-se homens perfeitos em equilíbrio com as forças cósmicas: foram alçados a planos espirituais e elevados à categoria de deuses. Hoje, dos altos planos em que habitam, continuam ajudando os seres humanos na sua longa caminhada na direção à sonhada imortalidade.

Eram os gregos antigos, “embora não se ajoelhassem nem se curvassem perante os seus deuses”, muito religiosos. Cultuavam, em rituais com adoração, suas divindades. Como não estavam, ainda, impregnados pelas inversões de valores que influenciam tão grandemente o comportamento da nossa atual chamada Civilização Ocidental e Cristã, permitiam eles que as energias divinas - os seus deuses - pudessem descer à Terra numa convivência bem próxima do contexto humano. (O Olimpo, (2) u’a montanha da Terra, ser morada dos deuses, simboliza muito bem essa proximidade). Estavam os deuses gregos mais próximos dos homens, porque estavam os homens, bem mais perto dos deuses, das energias divinas. Energias eternas que continuam a envolver os quatro cantos da Terra a esperar que o homem retorne do enganoso atalho que o fez distanciar-se de Deus e retome o Caminho certo do reencontro com o Pai. Aí, então, verá a humanidade inteira as divinas energias, em manifestação, descerem dos altos planos espirituais e envolverem os homens num clima de sublime entendimento. A sagrada meta não é - unicamente - subir aos Céus, mas também, permitirmos que possam os deuses manifestar-se na Terra, numa convivência paradisíaca com os humanos, instalando-se assim, aqui, a tantas vezes anunciada Idade de Ouro, a Nova Era sonhada pela humanidade.

A intenção deste livro é despertar no leitor a consciência de que Deus não se encontra tão distante dos seres humanos como procuram mostrar várias das tradicionais religiões. A ideia que elas passam é que Deus está inacessivelmente instalado, lá em cima, do outro lado de um profundo fosso como um senhor feudal encastelado; e que a nós, míseros seres humanos, de um outro lado, só é permitido implorarmos - tementes a Deus – a divina Misericórdia, pelos erros e pecados cometidos. Misericórdia que, se conseguida, permitir-nos-á - como se aposentados pelas benesses dos Céus – atravessarmos o largo fosso e gozarmos - sem nada mais precisar fazer – a eterna paz celestial. Tal ideia retira do ser humano a sua condição de filho de Deus, pela absurda separação que cria entre pai e filho (por mais erros que este haja cometido, principalmente em se tratando do Pai amantíssimo, que é Deus). Gozar (como aposentados) a eterna paz celestial, subtrai dos seres humanos a condição de, como filhos de Deus, serem partícipes - com o Pai – da eterna evolução do Universo, onde nada é estático. Onde tudo vibra em constante e eterno movimento, envolvendo tudo e todos numa permanente mutação: exigindo de todos os seres do macro e do microcosmo a participação na execução do Grandioso Plano de Deus.

Mostra este livro que, a partir dos bons serviços praticados aqui na Terra, em cada encarnação, vai o ser humano desenvolvendo o seu potencial divino no caminho da imortalidade. (3) E, lá chegando - nas divinas dimensões - passa ele a integrar as hostes de auxiliares do Pai Eterno, a ele fundindo-se e ajudando-o na realização do Grande e Eterno Plano Cósmico.

A ideia de escrever este livro surgiu-me a partir de um ”workshop” promovido pela Sociedade Teosófica do Brasil, Loja Kuthumi (Ser Espiritual de grande luminosidade, a quem devo reverentemente agradecido a minha súbita e surpreendente conversão, uns vinte anos atrás, (literalmente) em fração de minuto, de marxista convicto, para o esoterismo). O curso versando especificamente sobre “Os 12 Trabalhos de Hércules”, foi ministrado pela professora Sória Maria Lima dos Santos. Empolgou-me e a todos os participantes, pela erudição e brilhantismo da expositora, que teosofista das mais ilustres, imprimiu aos ensinamentos um enfoque teosófico que muito aproveitei para enriquecer este meu trabalho, puramente místico e de busca do autoconhecimento.
A Mitologia Grega desde muito cedo me fascinou. Criança ainda (e já faz muito tempo), numa época em que ainda não havia televisão e as revistas infantis não tinham os apelos das atuais, os meus grandes ídolos eram os heróis da Mitologia Grega. O sabonete Eucalol, uma marca então existente, publicava, acompanhando cada caixa dos sabonetes, figurinhas - as estampas do sabonete Eucalol - com gravuras dos mitos gregos num lado e, no verso de cada estampa um pequeno texto contando parte daquele mito. Nas escolas do curso primário era febril a troca das estampas entre colegas. Eu possuía a coleção de todos os mitos gregos publicados! Passava horas e horas folheando os vários álbuns com as coleções, lendo... relendo... e sonhando com os heróis mitológicos. Desses meus álbuns com as estampas eu não tenho a menor notícia!

Passaram-se os anos... Na Escola de Teatro da Universidade Federal da Bahia, onde eu estudei - convivi intensamente - através dos autores clássicos - com aqueles personagens mitológicos... Constituo família... Vieram os filhos... No genial Monteiro Lobato voltei a encontrar os meus heróis da infância e pude passar aos meus filhos, lendo e com eles interpretando os personagens mitológicos como em peças teatrais. Uma das minhas filhas, Júlia Maria, cópia fidelíssima da boneca Emília, tratava Hércules de: Lelé... Com a mesmíssima intimidade com que a esperta boneca - na criação de Lobato - tratava o grande herói!

As contingências da vida, obrigações profissionais, vieram novamente separar-me dos heróis (e dos meus filhos). Mas, no meu subconsciente permaneciam guardadas as fantasiosas aventuras daqueles lendários seres... Chega-me às mãos o convite para o ”workshop”, sobre os mitos gregos, promovido pela Sociedade Teosófica e tudo voltou ao que era dantes. O meu envolvimento com aqueles personagens, adormecido, despertou e, eis-me na primeira fila das cadeiras do brilhante curso ministrado por Sória Maria Lima dos Santos.
Dele nasceu este livro. É um convite para uma viagem aos planos superiores. E, se o leitor quiser, mesmo, beber a essência dos ensinamentos nele contidos, deverá despir-se, antes do embarque, de toda a capa da racionalidade e deixar impregnar-se das sutis energias do sentimento e da intuição, guias poderosos e capazes de levá-lo ao porto seguro das divinas paragens.
Se algum leitor, munido desses instrumentos e tendo como mapa de viagem os caminhos traçados neste livro chegar lá, ele (o livro), cumpriu a sua finalidade.

Salvador, Ba. 10 de agosto de 2013
(Templo do Mestre Ascenso El Morya Khan)
Esdras Almada Tosta  
         esdrastosta@yahoo.com.br